De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), oito em cada dez consumidores retornam para os cadastros de negativação em menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O Indicador aponta que, em maio de 2025, do total de negativações, 83,48% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 62,98% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até maio; e 20,50% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 16,52%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR TIPO

“O endividamento elevado e persistente indica um cenário de perda de renda real ou a sua má alocação. Mesmo com a recuperação no mercado de trabalho, muitas famílias permanecem com orçamentos comprometidos por gastos básicos. Isso também se reflete no fato de que quase 60% dos consumidores quitaram dívidas de até R$ 500, o que evidencia dívidas de pequeno valor, porém impactantes para o orçamento familiar. Sem atacar o problema de forma coordenada — com atenção ao consumidor, ao crédito e à estabilidade fiscal — o Brasil corre o risco de entrar em uma espiral de fragilidade financeira doméstica que penaliza tanto o varejo quanto a recuperação econômica mais ampla”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

REINCIDÊNCIA ACONTECE, EM MÉDIA, APÓS 2,4 MESES DO PRIMEIRO ATRASO

O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 71,1 dias, ou seja: depois de 2,4 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta. 

Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2025, houve uma queda de ‐0,04% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“O quadro de reincidência elevada e recuperação de crédito em declínio é reflexo direto de um ambiente macroeconômico hostil. A taxa Selic elevada encarece o crédito, tornando renegociações mais difíceis e desestimulando o consumo a prazo. Juros altos afetam não apenas o crédito ao consumidor, mas também o custo das dívidas renegociadas, o que pode explicar o motivo de tantos consumidores voltarem a atrasar pagamentos poucos meses após regularizarem sua situação”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES 

A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em maio foi da faixa de 30 a 39 anos (25,62%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 54,49% mulheres e 45,51% homens.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO 

O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 42,59% da população adulta.

VOLUME DE BRASILEIROS QUE QUITARAM DÍVIDAS CAI -11,92% EM MAIO

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em maio de 2025, houve queda de ‐11,92% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO

A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 4 a 5 anos (‐13,79%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO POR TEMPO PARA PAGAMENTO

Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em maio foi da faixa de 50 a 64 anos (23,81%).

A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,85% mulheres e 48,15% homens.

NÚMERO DE PESSOAS QUE REPUPERARAM O CRÉDITO POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

Em maio de 2025, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 2.108,70 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 59,29% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.

NÚMERO DE PESSOAS QUE RECUPERARAM O CRÉDITO POR VALOR TOTAL PAGO 

Sobre a CNDL - Criada em 1960, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de mais de 500 mil empresas, que juntas representam 9% do PIB brasileiro e 17% do PIB do setor, geram 7 milhões de empregos e movimentam R$ 600 bilhões por ano.

SPC Brasil – Há mais de 60 anos no mercado, o SPC Brasil é um dos mais tradicionais bureaux de crédito da América Latina, com uma robusta base de dados com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Possui 232 milhões de CPFs no seu banco de dados, 57 milhões de CNPJs cadastrados e 120 milhões de consultas por mês. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.